Dra. Nadjla Andreya – Gastroenterologista e Hepatologista em Picos-PI

O fígado e a vesícula biliar desempenham papéis fundamentais na saúde. Identificar precocemente alterações nesses órgãos é essencial para prevenir complicações graves.

Gordura no Fígado: O que é Esteatose Hepática?

A esteatose hepática, popularmente conhecida como “gordura no fígado”, é uma condição cada vez mais prevalente na sociedade moderna, intimamente ligada ao estilo de vida e hábitos alimentares. Do ponto de vista médico, é crucial diferenciar a esteatose simples da Doença Hepática Esteatótica Metabólica (DHEM), pois esta última pode evoluir para complicações graves.

gordura no fígado

Quem é o médico que trata de gordura no fígado?

O especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento da gastrite e da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é o médico Hepatologista.

Por que consultar com a Hepatologista Dra. Nadjla Andreya?

A Dra. Nadjla Andreya é uma profissional renomada na área de Gastroenterologia e Hepatologia, com vasta experiência e conhecimento em diagnóstico e tratamento de doenças do aparelho digestivo.

A Dra. Nadjla Andreya reúne excelência acadêmica, experiência clínica e um profundo compromisso com a saúde de seus pacientes. Formada em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), possui uma sólida formação em Clínica Médica e Gastroenterologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), além de Pós-graduação em Hepatologia pela Unifesp.

No consultório, você encontrará não apenas uma profissional qualificada, mas também uma médica dedicada, empática e comprometida com o cuidado integral. Seja para prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças gastrointestinais e hepáticas, você estará em mãos seguras e confiáveis.

Escolher a Dra. Nadjla Andreya é optar por um atendimento humanizado e especializado, focado no bem-estar e na saúde do paciente.

Motivos para escolher a dra Nadjla Andreya:

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Através de uma avaliação completa a Dra. Nadjla é capaz de identificar a causa dos seus problemas digestivos. Você receberá um tratamento individualizado e eficaz, baseado nas mais recentes evidências científicas.

Esteatose Hepática: O Acúmulo Silencioso

A esteatose hepática se define pelo acúmulo excessivo de triglicerídeos (um tipo de gordura) nos hepatócitos, as células do fígado. Embora um certo grau de gordura seja normal, quando ultrapassa 5% do peso do órgão, configura a esteatose.

Na maioria dos casos, a esteatose é assintomática, sendo descoberta incidentalmente em exames de rotina. Quando presentes, os sintomas são inespecíficos, como fadiga, desconforto abdominal vago e sensação de peso na região do fígado.

As causas da gordura no fígado e esteatose podem ser diversas, incluindo:

  • Doença hepática esteatótica metabólica (DHEM): É a causa mais comum, associada à obesidade, diabetes, síndrome metabólica e outros fatores de risco.
  • Consumo excessivo de álcool: O álcool é tóxico para o fígado e pode levar ao acúmulo de gordura.
  • Hepatite viral: Alguns tipos de hepatite viral podem causar esteatose.
  • Medicamentos: Certos medicamentos podem ter como efeito colateral o acúmulo de gordura no fígado.
  • Outras causas: Doenças genéticas, distúrbios nutricionais e outras condições médicas também podem estar associadas à esteatose.

Doença Hepática Esteatótica Metabólica (DHEM)

A Doença Hepática Esteatótica Metabólica (DHEM), anteriormente conhecida como Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), é uma condição prevalente e crescente em todo o mundo, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado, não relacionado ao consumo excessivo de álcool.

A DHEM abrange um espectro de condições, desde a esteatose hepática simples (presença de gordura no fígado sem inflamação significativa) até a esteato-hepatite, que envolve inflamação e lesão das células do fígado, podendo progredir para fibrose, cirrose e, em alguns casos, carcinoma hepatocelular (câncer de fígado).

  • A DHEM é a doença hepática crônica mais comum em todo o mundo, afetando cerca de 25% da população global.
  • A prevalência está aumentando devido à crescente epidemia de obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.
  • A DHEM é uma das principais causas de doença hepática em estágio terminal e transplante de fígado.
esteatose hepática

Quais os Fatores de Risco para Gordura no Fígado?

  • Obesidade: A obesidade, especialmente a obesidade abdominal, é um dos principais fatores de risco para DHEM.
  • Diabetes tipo 2: A resistência à insulina e o diabetes tipo 2 estão fortemente associados à DHEM.
  • Síndrome metabólica: A síndrome metabólica, que inclui obesidade abdominal, hipertensão, dislipidemia (colesterol alto e triglicerídeos elevados) e resistência à insulina, aumenta o risco de DHEM.
  • Idade: A prevalência da DHEM aumenta com a idade.
  • Sexo: Homens são mais propensos a desenvolver DHEM do que mulheres, embora essa diferença diminua após a menopausa.
  • Etnia: Algumas etnias, como hispânicos e asiáticos, podem ter maior risco de DHEM.
  • Outros fatores: Sedentarismo, dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos refinados, síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo e alguns medicamentos também podem aumentar o risco de DHEM.

Quadro Clínico

A maioria das pessoas com DHEM é assintomática, especialmente nos estágios iniciais da doença.

Quando presentes, os sintomas podem ser inespecíficos, como fadiga, mal-estar, dor abdominal vaga no quadrante superior direito e aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia).

Em casos mais avançados, a DHEM pode levar a sintomas de cirrose, como icterícia (pele e olhos amarelados), ascite (acúmulo de líquido no abdome), edema (inchaço nas pernas), varizes esofágicas (veias dilatadas no esôfago que podem sangrar) e encefalopatia hepática (confusão mental devido ao mau funcionamento do fígado).

gordura no fígado

Diagnóstico: Uma Abordagem Multidimensional

A DHEM é considerada a manifestação hepática da síndrome metabólica e está fortemente associada à obesidade, diabetes tipo 2, dislipidemia e hipertensão.

Critérios Diagnósticos Essenciais

O diagnóstico da DHAM requer a presença de esteatose hepática, evidenciada por meio de exames de imagem ou biópsia hepática, e a presença de pelo menos 1 dos 5 critérios cardiometabólicos abaixo:

(1) IMC ≥ 25 kg/m2 (≥ 23 kg/m2 em asiático) ou circunferência da cintura > 94cm em homens, > 80 cm em mulheres, ou etnia ajustada;

(2) Glicemia sérica de jejum ≥ 100 mg/dL ou glicemia pós-carga de 2 horas ≥ 140 mg/dL ou HbA1c ≥ 5,7% ou em tratamento medicamentoso específico;

(3) Pressão arterial ≥ 130/85 mmHg ou tratamento medicamentoso específico; 

(4)Triglicerídeos plasmáticos ≥ 150 mg/dL ou tratamento medicamentoso específico;

(5) Colesterol HDL plasmático < 40 mg/dL para homens e < 50 mg/dL para mulheres ou tratamento medicamentoso específico.

O diagnóstico da DHEM envolve uma combinação de avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem:

  1. História clínica e exame físico: O médico irá coletar informações sobre o histórico de saúde do paciente, hábitos alimentares, estilo de vida e realizar um exame físico para avaliar o peso, circunferência abdominal e sinais de doença hepática crônica.
  2. Exames de sangue: Os exames de sangue podem revelar elevação das enzimas hepáticas (ALT, AST), alterações nos níveis de colesterol e triglicerídeos, e resistência à insulina.
  3. Ultrassonografia abdominal: É um exame de imagem não invasivo que pode identificar a presença de gordura no fígado.
  4. Elastografia hepática: É um exame que avalia a rigidez do fígado, auxiliando na identificação de fibrose.
  5. Biópsia hepática: É o exame mais preciso para diagnosticar a DHEM e determinar o grau de inflamação e fibrose. No entanto, é um procedimento invasivo e geralmente é reservado para casos em que há suspeita de esteato-hepatite ou fibrose avançada.

Tratamento: Uma Mudança de Paradigma

O tratamento da DHEM visa principalmente modificar o estilo de vida, controlar os fatores de risco e, em alguns casos, utilizar medicamentos:

1. Mudanças no estilo de vida:

  • Perda de peso: A perda de peso gradual (5-10% do peso corporal) é fundamental para reduzir a gordura no fígado e melhorar a saúde metabólica.
  • Dieta saudável: Uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras, com restrição de gorduras saturadas, carboidratos refinados e alimentos processados, é essencial.
  • Exercício físico: A prática regular de atividade física (pelo menos 150 minutos por semana de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa) melhora a sensibilidade à insulina, reduz a gordura no fígado e promove a perda de peso.

2. Controle dos fatores de risco: É importante controlar o diabetes, a hipertensão, a dislipidemia e outros fatores de risco associados à DHEM.

3. Opções medicamentosas

Embora não haja um medicamento aprovado especificamente para a DHEM, algumas opções são utilizadas com base em evidências científicas: vitamina E; pioglitazona; agonistas do receptor de GLP-1; inibidores de SGLT2.

  • A escolha do medicamento deve ser individualizada, considerando os fatores de risco, comorbidades e preferências do paciente.
  • O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a eficácia e segurança do tratamento.
  • Novas terapias estão em desenvolvimento, e o cenário do tratamento medicamentoso da DHAM deve evoluir nos próximos anos.

4. Cirurgia bariátrica: Em pacientes com obesidade mórbida e DHEM, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção para promover a perda de peso e melhorar a saúde hepática.

Prevenção

A prevenção da DHEM envolve a adoção de hábitos saudáveis, como:

  • Manter um peso saudável.
  • Praticar atividade física regularmente.
  • Adotar uma dieta equilibrada.
  • Evitar o consumo excessivo de álcool.
  • Controlar o diabetes, a hipertensão e a dislipidemia.

É fundamental ressaltar que a DHEM é uma doença complexa e multifacetada, e o tratamento deve ser individualizado, levando em consideração as características de cada paciente. O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a progressão da doença, ajustar o tratamento e prevenir complicações.

Nódulos no Fígado: Benignos ou Malignos?

Nódulos no fígado são lesões focais que podem ser benignas (como hemangiomas ou adenomas) ou malignas (como carcinoma hepatocelular ou metástases). Fatores de risco incluem hepatite crônica, cirrose, exposição a toxinas e histórico familiar de câncer de fígado.

O diagnóstico é baseado em exames de imagem, como ultrassonografia com Doppler, tomografia computadorizada ou ressonância magnética com contraste. Em casos duvidosos, pode ser realizada biópsia hepática.

O tratamento depende do tipo de nódulo, podendo variar desde acompanhamento clínico até ressecção cirúrgica ou terapias ablativas.

nódulo no fígado

Tipos de nódulos

  • Benignos: Adenomas, hemangiomas, hiperplasia nodular focal, entre outros.
  • Malignos: Carcinoma hepatocelular (CHC), metástases (tumores que se espalham de outros órgãos para o fígado).

Características

  • Assintomáticos: Muitos nódulos não causam sintomas, sendo descobertos em exames de rotina.
  • Sintomáticos: Dor abdominal, perda de peso, fadiga, icterícia (pele e olhos amarelados) podem ocorrer em alguns casos.

Diagnóstico

  • Exames de imagem: Ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) auxiliam na identificação e caracterização dos nódulos.
  • Biópsia: Em alguns casos, a biópsia hepática é necessária para determinar a natureza do nódulo.

Tratamento

O tratamento depende do tipo de nódulo, suas características e se há sintomas. Nódulos benignos podem não necessitar de tratamento, apenas acompanhamento médico. Nódulos malignos requerem tratamento específico, como cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.

Cisto no Fígado

Cistos no fígado são bolsas cheias de líquido que se formam no fígado. Geralmente são benignos e não causam problemas.

Tipos de cisto

  • Simples: Cistos únicos, com paredes finas e conteúdo líquido.
  • Policísticos: Múltiplos cistos, associados à doença renal policística.

Características

  • Assintomáticos: A maioria dos cistos não causa sintomas.
  • Sintomáticos: Cistos grandes podem causar dor abdominal, desconforto e sensação de plenitude.

Diagnóstico

  • Ultrassonografia: Exame de imagem inicial para identificar e caracterizar os cistos.
  • TC ou RM: Podem ser necessários para melhor avaliação e diagnóstico diferencial.

Tratamento

Cistos simples assintomáticos não precisam de tratamento. Cistos sintomáticos podem ser tratados com punção (drenagem do líquido) ou cirurgia (remoção do cisto).

Hemangioma

O hemangioma hepático é o tumor benigno mais frequente do fígado, composto por vasos sanguíneos. Geralmente assintomático, pode ser detectado incidentalmente durante exames de imagem. Em casos raros, hemangiomas grandes podem causar dor abdominal ou compressão de órgãos vizinhos.

Características

  • Assintomáticos: A maioria dos hemangiomas não causa sintomas.
  • Sintomáticos: Hemangiomas grandes podem causar dor abdominal, náuseas e vômitos.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética com contraste específico. A maioria dos hemangiomas não requer tratamento. No entanto, hemangiomas sintomáticos ou de grande volume podem demandar cirurgia ou acompanhamento regular.

Tratamento

Hemangiomas assintomáticos não precisam de tratamento. Hemangiomas sintomáticos podem ser tratados com medicamentos, embolização (bloqueio dos vasos sanguíneos) ou cirurgia (remoção do tumor).

Adenoma Hepático

Adenoma hepático é um tumor benigno que se origina nas células do fígado, os hepatócitos. É mais comum em mulheres em idade fértil, e seu desenvolvimento está associado ao uso de anticoncepcionais orais e, em menor frequência, a esteroides anabolizantes e algumas doenças metabólicas.

Tipos de adenoma hepático

Existem diferentes subtipos de adenomas, classificados de acordo com suas características genéticas e histológicas. Alguns subtipos apresentam um risco maior de transformação maligna (câncer), enquanto outros têm menor risco.

Características

  • Assintomáticos: A maioria dos adenomas não causa sintomas.
  • Sintomáticos: Dor abdominal, massa palpável no abdômen e, raramente, sangramento interno podem ocorrer em alguns casos.

Diagnóstico

  • Exames de imagem: Ultrassonografia, TC e RM auxiliam na identificação e caracterização do adenoma. A ressonância magnética com contraste específico para o fígado é fundamental para diferenciar os subtipos de adenoma e avaliar o risco de malignidade.
  • Biópsia: Em alguns casos, a biópsia hepática pode ser necessária para confirmar o diagnóstico e determinar o subtipo do adenoma.

Tratamento

O tratamento do adenoma depende do subtipo, tamanho e presença de sintomas.

  • Observação: Adenomas pequenos e assintomáticos podem ser apenas acompanhados com exames de imagem periódicos.
  • Suspensão de anticoncepcionais: Em mulheres que utilizam anticoncepcionais orais, a suspensão do uso pode levar à regressão do adenoma.
  • Cirurgia: Adenomas maiores que 5 cm, sintomáticos ou com risco de malignidade podem ser removidos cirurgicamente.

Hiperplasia Nodular Focal (HNF)

A HNF é uma lesão benigna do fígado que se caracteriza por um crescimento excessivo de nódulos de hepatócitos normais, dispostos de forma desorganizada. É mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos, e sua causa exata é desconhecida, embora alguns estudos sugiram uma relação com malformações vasculares.

Características

  • Assintomática: A HNF geralmente não causa sintomas.
  • Achado incidental: É frequentemente descoberta em exames de imagem realizados por outros motivos.

Diagnóstico

  • Exames de imagem: Ultrassonografia, TC e RM auxiliam na identificação da HNF. A presença de uma cicatriz central na lesão, visível em exames de imagem, é um achado característico da HNF.

Tratamento

A HNF é uma lesão benigna que não apresenta risco de transformação maligna. Portanto, na maioria dos casos, não necessita de tratamento específico, apenas acompanhamento médico com exames de imagem periódicos para monitorar seu crescimento.

  • É fundamental diferenciar o adenoma da HNF, pois o adenoma está associado a um risco maior de transformação maligna, enquanto a HNF não apresenta esse risco.
  • O diagnóstico preciso é essencial para definir o tratamento adequado e o acompanhamento necessário.

Câncer de Fígado: Um Guia Abrangente para Compreensão e Enfrentamento

O câncer de fígado, um dos tipos de câncer mais agressivos, representa um desafio significativo para a saúde global. Compreender suas nuances, desde a definição e epidemiologia até as opções de tratamento, é crucial para o enfrentamento eficaz da doença.

O câncer de fígado, também conhecido como carcinoma hepático ou hepatocarcinoma, é um tipo de câncer que se origina nas células do fígado. Na maioria dos casos, o câncer de fígado se desenvolve em pacientes com doença hepática crônica, como cirrose ou hepatite viral.

  • O câncer de fígado é o sexto câncer mais comum no mundo, com mais de 900.000 novos casos diagnosticados a cada ano.
  • É mais prevalente em homens do que em mulheres.
  • A incidência varia geograficamente, com taxas mais altas em países da Ásia e da África.
  • No Brasil, o câncer de fígado é o 10º câncer mais comum, com cerca de 10.000 novos casos estimados em 2023.
cãncer de fígado

Tipos de Câncer de Fígado

  • Carcinoma hepatocelular (CHC): É o tipo mais comum de câncer de fígado, representando cerca de 90% dos casos. O CHC se desenvolve a partir dos hepatócitos, as células principais do fígado.
  • Colangiocarcinoma: É um tipo de câncer que se origina nos ductos biliares, os canais que transportam a bile do fígado para o intestino.
  • Hepatoblastoma: É um tipo raro de câncer de fígado que afeta principalmente crianças com menos de 5 anos de idade.
  • Angiossarcoma: É um tipo raro de câncer que se origina nos vasos sanguíneos do fígado.

Fatores de Risco Para Câncer de Fígado

  1. Cirrose: A cirrose, independentemente da causa, é o principal fator de risco para o câncer de fígado.
  2. Hepatite viral: A infecção crônica pelos vírus da hepatite B ou C aumenta significativamente o risco de câncer de fígado.
  3. Doença hepática esteatótica metabólica (DHEM): A DHEM, especialmente a esteato-hepatite metabólica (MASH), está associada ao aumento do risco de câncer de fígado.
  4. Consumo excessivo de álcool: O consumo excessivo de álcool pode levar à cirrose e, consequentemente, aumentar o risco de câncer de fígado.
  5. Doenças metabólicas: Diabetes, obesidade e síndrome metabólica também estão associadas ao aumento do risco de câncer de fígado.
  6. Hemocromatose: É uma doença hereditária que causa o acúmulo excessivo de ferro no organismo, o que pode aumentar o risco de câncer de fígado.
  7. Aflatoxinas: São toxinas produzidas por fungos que podem contaminar alimentos como amendoim e milho, aumentando o risco de câncer de fígado.

Quadro Clínico

O câncer de fígado pode ser assintomático em seus estágios iniciais. Quando os sintomas aparecem, podem incluir:

  • Dor abdominal (geralmente no lado direito superior)
  • Perda de peso inexplicada
  • Falta de apetite
  • Náuseas e vômitos
  • Fadiga
  • Icterícia (pele e olhos amarelados)
  • Ascite (acúmulo de líquido no abdômen)
  • Massa palpável no abdômen

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de fígado envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem:

  • Exames de sangue: Alfa-fetoproteína (AFP) é um marcador tumoral que pode estar elevado em pacientes com câncer de fígado.
  • Ultrassonografia abdominal: É um exame de imagem inicial que pode identificar nódulos no fígado.
  • Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) abdominal: São exames mais detalhados que auxiliam na caracterização dos nódulos e na avaliação da extensão da doença.
  • Biópsia hepática: É o exame mais preciso para confirmar o diagnóstico de câncer de fígado e determinar o tipo histológico.
câncer de fígado

Tratamento

O tratamento do câncer de fígado depende do estágio da doença, do tipo de tumor, da função hepática e das condições de saúde do paciente. As opções de tratamento incluem:

  1. Cirurgia: A remoção cirúrgica do tumor é o tratamento de escolha para o câncer de fígado em estágio inicial.
  2. Transplante de fígado: Em casos selecionados, o transplante de fígado pode ser uma opção para pacientes com câncer de fígado em estágio inicial e doença hepática crônica.
  3. Ablação por radiofrequência (RFA): É um procedimento minimamente invasivo que utiliza calor para destruir as células cancerígenas.
  4. Quimioembolização transarterial (TACE): É um procedimento que combina quimioterapia com a embolização (bloqueio) dos vasos sanguíneos que nutrem o tumor.
  5. Radioterapia: A radioterapia pode ser utilizada para tratar o câncer de fígado, especialmente em casos em que a cirurgia não é possível.
  6. Terapia-alvo: São medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional.
  7. Imunoterapia: São medicamentos que estimulam o sistema imunológico do paciente a atacar as células cancerígenas.
  8. Quimioterapia: A quimioterapia pode ser utilizada para tratar o câncer de fígado em estágio avançado.

Prevenção

A prevenção do câncer de fígado envolve a adoção de hábitos saudáveis e a vacinação contra a hepatite B:

  • Vacinação contra a hepatite B: A vacina contra a hepatite B é altamente eficaz na prevenção da infecção crônica pelo vírus e, consequentemente, na redução do risco de câncer de fígado.
  • Tratamento da hepatite C: O tratamento da hepatite C pode prevenir a progressão da doença hepática e reduzir o risco de câncer de fígado.
  • Moderação no consumo de álcool: Evitar o consumo excessivo de álcool é fundamental para proteger o fígado e reduzir o risco de câncer.
  • Alimentação saudável: Uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes, e pobre em gorduras saturadas e alimentos processados, pode ajudar a prevenir o câncer de fígado.
  • Controle do peso: Manter um peso saudável e evitar a obesidade pode reduzir o risco de câncer de fígado.
  • Prática de atividade física: A prática regular de atividade física está associada à redução do risco de diversos tipos de câncer, incluindo o câncer de fígado.

O câncer de fígado é uma doença grave, mas com chances de cura quando diagnosticada precocemente. É fundamental estar atento aos fatores de risco, realizar exames médicos de rotina e procurar um médico em caso de sintomas.

Doenças da Vesícula Biliar

A vesícula biliar, um pequeno órgão em forma de pera localizado sob o fígado, desempenha um papel crucial na digestão, armazenando a bile produzida pelo fígado e liberando-a no intestino delgado para auxiliar na digestão de gorduras. Quando a vesícula biliar não funciona adequadamente, podem surgir diversas doenças que impactam a saúde e o bem-estar.

Cálculos Biliares (Colelitíase)

Os cálculos biliares, popularmente conhecidos como “pedras na vesícula”, são formados quando há um desequilíbrio na composição da bile, levando à precipitação de cristais de colesterol ou pigmentos biliares.

pedra na vesícula

Tipos de cálculos

  • Cálculos de colesterol: São os mais comuns, representando cerca de 80% dos casos.
  • Cálculos pigmentares: São menos comuns e estão relacionados à hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) ou infecções biliares.

Fatores de risco para colelitíase

  • Idade avançada
  • Sexo feminino
  • Obesidade
  • Histórico familiar de cálculos biliares
  • Dieta rica em gordura e pobre em fibras
  • Perda de peso rápida
  • Diabetes
  • Uso de certos medicamentos (como anticoncepcionais orais)

Sintomas

  • Assintomáticos: A maioria dos cálculos biliares não causa sintomas.
  • Sintomáticos:
    • Cólica biliar: Dor intensa e repentina no lado superior direito do abdômen, que pode durar de minutos a horas. A dor pode se irradiar para as costas ou ombro direito.
    • Náuseas e vômitos:
    • Intolerância a alimentos gordurosos:

Diagnóstico

  • Ultrassonografia abdominal: É o exame de imagem de primeira linha para identificar cálculos biliares.
  • Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) abdominal: Podem ser utilizadas em casos específicos.

Tratamento

  • Colecistectomia laparoscópica: É a cirurgia de remoção da vesícula biliar, realizada por videolaparoscopia (pequenos cortes no abdômen). É o tratamento de escolha para pacientes com cálculos biliares sintomáticos.

Colecistite

A colecistite é a inflamação da vesícula biliar, geralmente causada pela obstrução do ducto cístico por um cálculo biliar.

Tipos de colecistite

  • Aguda: A inflamação se desenvolve rapidamente, causando dor intensa.
  • Crônica: A inflamação é persistente e pode levar a complicações a longo prazo.

Sintomas

  • Dor abdominal intensa no lado superior direito
  • Febre
  • Náuseas e vômitos
  • Icterícia (pele e olhos amarelados) em casos mais graves
inflamação na vesícula

Diagnóstico

  • Exames de sangue: Leucocitose (aumento dos glóbulos brancos) e elevação das enzimas hepáticas podem indicar inflamação.
  • Ultrassonografia abdominal: Pode identificar cálculos biliares e sinais de inflamação na vesícula biliar.

Tratamento

  • Colecistectomia laparoscópica: É o tratamento de escolha para colecistite aguda ou crônica.
  • Antibióticos: São utilizados para combater a infecção.

Pólipos na Vesícula Biliar

Pólipos são crescimentos anormais na parede da vesícula biliar. A maioria é benigna, mas alguns podem ser precursores de câncer.

Características

  • Assintomáticos: Geralmente não causam sintomas.
  • Descoberta incidental: São frequentemente descobertos em exames de imagem realizados por outros motivos.
pólipos na vesícula

Diagnóstico

  • Ultrassonografia abdominal: É o exame de imagem utilizado para identificar pólipos na vesícula biliar.

Tratamento

  • Acompanhamento: Pólipos pequenos e assintomáticos podem ser apenas acompanhados com ultrassonografias periódicas.
  • Colecistectomia: Pólipos maiores que 1 cm, com crescimento rápido ou associados a outros sintomas podem ser removidos cirurgicamente.

Prevenção e Tratamento de Doenças Hepáticas e Biliares

A prevenção começa com a adoção de hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso ideal e vacinação contra hepatites A e B. Reduzir o consumo de álcool e monitorar condições metabólicas também são medidas importantes.

O tratamento varia conforme o diagnóstico: doenças benignas podem exigir apenas acompanhamento, enquanto condições mais graves, como câncer de fígado, demandam abordagem multidisciplinar. Em todos os casos, a consulta com um médico especialista é essencial para um plano de cuidado personalizado.

O fígado e a vesícula desempenham funções essenciais no organismo. Reconhecer sinais de alerta e buscar avaliação médica são passos fundamentais para manter esses órgãos saudáveis e evitar complicações graves.

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Fonte: https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/nonalcoholic-fatty-liver-disease Diagnóstico e tratamento de esteatose